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A América nos deu um mandato poderoso e sem precedentes”; diz Trump. Temor é de que a guerra contra os BRICS e o genocídio em Gaza seja mantido

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Analistas geopolíticos preveem as consequências para o mundo com a vitória acachapante do presidente de extrema direita que fez a maioria da Câmara e do Senado Americano

Os principais analistas geopolíticos já começam a reagir à vitória de Donald Trump na eleição presidencial de 2024, após projeções da Fox News indicarem que o republicano derrotou Kamala Harris. Em uma das análises mais contundente, o analista geopolítico Pepe Escobar alertou para os impactos dessa reviravolta no cenário mundial, com foco na continuidade de conflitos e políticas externas agressivas dos Estados Unidos.

“O genocídio em Gaza continua. A guerra contra os BRICS continua”, disse Escobar, enfatizando que a postura beligerante de Washington em relação a regiões estratégicas não deve arrefecer com a volta de Trump ao poder. Segundo ele, a administração Trump, agora reforçada por um “mandato poderoso”, como o próprio ex-presidente descreveu, seguirá intensificando pressões e sanções sobre adversários geopolíticos, especialmente o bloco dos BRICS.

Analistas também destacam a provável ascensão de Mike Pompeo a um cargo-chave, sendo o principal nome cotado para liderar o Departamento de Defesa. Mike Pompeo terá um papel extremamente perigoso. Os alvos já são conhecidos: Irã, Venezuela e os houthis no Iêmen. A nomeação de Pompeo, ex-secretário de Estado e figura alinhada com políticas intervencionistas, indicaria um direcionamento ainda mais agressivo e estratégico contra países que desafiam a hegemonia norte-americana.

Além dos conflitos militares diretos, prevê-se um “tsunami de sanções” direcionado não apenas à China, mas também à União Europeia, num esforço de Washington para consolidar sua influência econômica e desestabilizar a ascensão de potências rivais. Virão sanções severas, afetando economias e redes comerciais internacionais, numa tentativa de frear o crescimento chinês e enfraquecer a União Europeia.

O retorno do republicano Donald Trump ao salão oval da Casa Branca – de onde tradicionalmente despacham os presidentes americanos – poderá ter efeitos políticos de ordens práticas e filosóficas a quase sete mil quilômetros de Washington, a capital dos Estados Unidos. Bolsonaristas e adeptos estão convencidos de que, no poder, Trump exercerá pressão – direta no Brasil de modo a colocar em evidência o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente inelegível até o fim de 2030, alterar o modo como o país combate fake news em mídias sociais, especialmente à luz do caso no Supremo Tribunal Federal do X (ex-Twitter) e impulsionar um retorno do foco da direita a uma agenda mais programática e radical, com a chance de retomar e aprofundar intercâmbios com outros grupos políticos da mesma vertente internacionalmente, impulsionados pela força política e econômica do trumpismo instalado na Casa Branca.

Partindo de um contexto em que Trump reafirma sua vitória, afirmando que “a América nos deu um mandato poderoso e sem precedentes” a uma multidão entusiasmada em Palm Beach, onde prometeu uma abordagem “implacável” para restaurar a posição dos Estados Unidos no cenário mundial. Apoiado por figuras como o empresário Elon Musk, que contribuiu com US$ 120 milhões para sua campanha e provavelmente será nomeado para liderar uma comissão de eficiência governamental, Trump já sinalizou uma agenda focada no fortalecimento militar e econômico do país, bem como a utilização das tecnologias das redes para proliferar suas ideias e ideais.

A provável volta de Trump à Casa Branca também tem implicações para o cenário interno dos Estados Unidos. Escobar, entretanto, adverte que essa “máquina de guerra” visa essencialmente reforçar uma agenda imperialista, afetando diretamente regiões e países que se opõem ao alinhamento com Washington. Para o analista, a estratégia visa consolidar uma rede de pressão global, colocando tanto adversários tradicionais quanto aliados na Europa sob intensa vigilância e sanções.

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